Dizem que recordar é viver e eu vivi muitas coisas divertidas trabalhando com computadores.
Foi realmente muito interessante acompanhar a evolução da microinformática no Brasil. As pessoas que viveram a revolução industrial não faziam ideia que estavam passando por uma revolução tecnologica. Eu tenho certeza que vivi algumas.
Passei por várias plataformas e arquiteturas, iniciando na era das máquinas de 8 bits como o MSX e o querido TK85 (um clone nacional do ZX Spectrum), os dois tinham o processador Zilog Z80 que era uma arquitetura muito popular, tão popular que você que esta lendo isso no seu computador moderno, tablet ou celular provavelmente tem algum Z80 como parte de algum CI resolvendo coisas internas do seu aparelho sem você saber.
As pessoas que hoje nem se preocupam em salvar arquivos, esta tudo na nuvem e tudo é persistido e sincronizado automaticamente não faz ideia de como era gravar um programa em uma fita.
Nessa época não tínhamos escolha, era ou BASIC ou Assembly, linguagens como C eram coisas que eu só via nas revistas de computação.
Depois vieram os IBM Compatíveis como o PC XT com um processador Intel 8086, mais sofisticando mas ainda herdando muito do velho Z80, muito mais memória e poder armazenas dados em disco.
Finalmente tinha acesso a linguagens de programação modernas mas ainda era necessário muito assembly, nada de multitarefas nem rede nem dada.
Eu tive sorte e pulei logo para um Intel 80386 no inicio ainda trabalhando a 16 bits devido a limitações do sistema operacional da época, mas logo o mundo andou e estávamos a 32 bits e a mudança era muito expressiva, poder endereçar 4mb de RAM e a velocidade de processamento era ótima.
Se me perguntar o 386DX 40MHz com 4mb RAM, um modem USRobotcs ainda é minha maquina favorita. Rápido para a época, já suportava memória protegida e ainda tinha a flexibilidade dos seus ancestrais.
Nessa época logo vieram as primeiras BBS e as primeiras comunidades on-line, aprendi muito nessa época.
Hoje em dia temos maquinas poderosas com 64 bits, memória na casa dos gigabytes, processadores incrivelmente rápidos com múltiplos núcleos, mas as mudanças atuais não tem mais o mesmo impacto que foi mudar de 16 para 32 bits. Hoje as mudanças estão mais em como as pessoas usam a maquina do que quanto poder de processamento ela tem. Aos poucos o tipo de processador esta importando menos, esse texto por exemplo foi escrito usando um processador ARM. Aos poucos esta tudo migrando para a nuvem e nem mesmo as máquinas físicas são tão necessárias, no lugar só precisamos de um terminal para acessar os sistemas remotamente o que é ironicamente um retorno as terminais burros que tínhamos antigamente.
De vez em quando escrevo alguma coisa sobre essas eras, principalmente do tempo dos 32 bits, espero que você ache tão divertido e instrutivo quanto eu.