Unix Domain Socket com Golang
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Unix domain socket
Unix Domain Sockets ou IPC socket é uma forma muito prática e segura de trocar informações entre processos. Essa forma de IPC usa um arquivo como endereço/name space no lugar de um IP e uma porta como seria em uma comunicação via rede.
Uma coisa importante para ter em mente é que como usaremos um arquivo o servidor é responsável por ele, se não existir, ele será criado automaticamente, mas se não existir você receberá um erro com algo como “bind: address already in use” que significa que o arquivo já existe e o servidor não tem como reaproveitar um arquivo que já existe, o correto é fazer shutdown elegantemente e fechar e apagar o arquivo antes de derrubar o servidor. E dependendo do sistema pode ser interessante verificar se o arquivo já existe e apagar antes de subir o servidor.
Apesar da facilidade, como usamos um arquivo como endereço não da para usar para trocar informação entre máquinas diferentes, e quem fica responsável por manter essa comunicação é o kernel, o arquivo é apenas um name space, nenhum byte será mesmo escrito no arquivo ele ocupará zero espaço de disco, toda a comunicação acontece na RAM e gerenciada pelo kernel.
Outra coisa muito importante é que usar Unix domain socket é um recurso padrão de qualquer ambiente [POSIX, mas não está presente por padrão no Windows.
Exemplos
Servidor
A conexão de cliente e servidor é muito parecida a que estamos acostumados quando conectamos via TCP/IP, basicamente ficamos ouvindo o namespace
indicado pelo arquivo e esperamos por conexões como ficaríamos ouvindo uma porta TCP. Daí quando essa conexão chega usamos a função Accept
do pacote net e passamos para uma goroutine
com o handler dessa conexão.
package main
import (
"fmt"
"io"
"net"
)
func main() {
l, err := net.Listen("unix", "/tmp/echo.sock")
if err != nil {
panic(err)
}
for {
f, err := l.Accept()
if err != nil {
panic(err)
}
go func(c io.ReadWriter) {
for {
buf := make([]byte, 512)
n, err := c.Read(buf)
if err != nil {
return
}
fmt.Printf("echo: %s\n", buf[:n])
_, err = c.Write(buf[:n])
if err != nil {
panic(err)
}
}
}(f)
}
}
Cliente
No nosso exemplo de cliente criamos duas linhas de processamento, uma é a goroutine que ficará reatando tudo que vier pela conexão e a outra é a própria função main que ficará em loop enviando dados para o servidor. Não precisa ser assim, dependendo de como você quer que seu sistema funcione você pode, por exemplo, enviar uma mensagem para o servidor e subir uma goroutine para tratar apenas do timeout. O único cuidado é que essas funções bloqueiam o processamento.
package main
import (
"fmt"
"io"
"net"
"time"
)
func main() {
f, err := net.Dial("unix", "/tmp/echo.sock")
if err != nil {
panic(err)
}
defer f.Close()
go func(r io.Reader) {
buf := make([]byte, 1024)
for {
n, errf := r.Read(buf)
if errf != nil {
panic(err)
}
fmt.Printf("recebido: %s\n", buf[:n])
}
}(f)
for {
data := []byte("olá mundo")
fmt.Printf("enviando: %s\n", data)
_, err = f.Write([]byte("olá mundo"))
if err != nil {
panic(err)
}
time.Sleep(time.Duration(400) * time.Millisecond)
}
}
Servidor usando netcat
Para testes podemos também usar o netcat
nc -lU /tmp/echo.sock && rm /tmp/echo.sock
Cliente usando netcat
nc -U /tmp/echo.sock
Exemplos
Executando o servidor echo
go run echo/server/main.go
Em outro console execute
go run echo/client/main.go