[JSON Dicas e Truques]

Veja o vídeo desse arquivo aqui.

Convertendo e validando JSON

É sempre bom saber se o JSON é valido antes, isso poupa tempo de debug procurando um problema que não esta no seu código, para isso uma boa ferramenta on-line é o JSONLint

Outra ferramenta on-line muito boa é o JSON-to-Go para converter arquivos JSON em struct Go, ele não vai converter partes repetitivas em sub-structs mas ajuda muito, principalmente quando a estrutura é muito grande e complexa.

Percorrendo o JSON com Recursão

Funções recursivas são deliciosas, são extremamente importantes para computação e entender o seu funcionamento pode não ser intuitivo então vale a pena dedicar algum tempo para estudando recursividade, um bom ponto de partida é o otimo video Programming Loops vs Recursion do canal Computerphile.

Vamos ver como carregar um arquivo JSON em uma map e dai percorre cada um dos elementos do mapa, muito útil quando se quer fazer algum processamento com os valores dos campos.

Lendo um arquivo para uma variável

Usamos a função ReadFile do pacote ioutil para carregar ler o arquivo, a vantagem dessa função é que ela é muito pratica, mas você precisa tomar cuidado porque dependendo do tamanho do arquivo não é uma boa ideia carregar tudo para a RAM de uma vez.

data, err := ioutil.ReadFile("../payload.json")
if err != nil {
	fmt.Println(err)
	return
}

Agora temos o conteúdo do arquivo em um array de bytes na RAM, a variável data.

Convertendo para map

Para converter o array de bytes para um map vamos usar a função Unmarshal do pacote json.

payload := make(map[string]interface{})
err = json.Unmarshal(data, &payload)
if err != nil {
	fmt.Println(err)
	return
}

Nesse momento a variável payload contem todos os dados em um formato bastante conveniente, todos os nomes dos campos do JSON agora são as chaves no map e todos os objetos estão na interface, lembrando que é sempre bom tomar cuidado com interfaces vazias interface{}.

Verificando o map

finalmente vamos chamar a função chkMap que vamos ver mais abaixo para verificar se algum valor esta abaixo do limite.

if chkMap(payload) {
	fmt.Println("Um ou mais itens abaixo do limite")
}
fmt.Println("fim")

As funções recursivas

A função chkMap vai percorrer cada campo do map, se algum dos objetos conter os campos Limit e Value comparamos os valores e dependendo do resultado já retornamos, caso contrário vamos para o loop que percorre todos os campos desse nível procurando por campos do tipo map ou do tipo slice e se encontrar chama a função adequada. Uma ressalva para esse código é que criamos uma função auxiliar para tornar o código mais legível, alem da chkMap que percorre mapas também criamos a chkSlice para percorrer os slices, dessa forma separamos essas duas estruturas de memória em funções especializadas. Seria perfeitamente possível escrever esse código em uma única função mas perderíamos a chance de demonstrar o uso de mais de uma função para recursividade.

func chkMap(payload map[string]interface{}) (ret bool) {
	limit, lmtOk := payload["Limit"]
	value, valOk := payload["Value"]
	if lmtOk && valOk {
		if value.(float64) < limit.(float64) {
			ret = true
			return
		}
	}

	for _, v := range payload {
		switch v.(type) {
		case []interface{}:
			ret = chkSlice(v.([]interface{}))
		case map[string]interface{}:
			ret = chkMap(v.(map[string]interface{}))
		}
		if ret {
			return
		}
	}
	return
}

func chkSlice(pauload []interface{}) (ret bool) {
	for _, v := range pauload {
		switch v.(type) {
		case []interface{}:
			ret = chkSlice(v.([]interface{}))
		case map[string]interface{}:
			ret = chkMap(v.(map[string]interface{}))
		}
		if ret {
			return
		}
	}
	return
}

Manipulando JSON com struct

Outra forma de tratar JSON que usamos bastante é converter para uma struct, manipular os dados como queremos e dai converter novamente para JSON.

omitempty

Golang fornece algumas ferramentas úteis como a tag omitempty que podemos usar para avisar o parser JSON que se o conteudo de um determinado campo estiver vazio ele deve ser omitido na hora de gerar o JSON.

type metadata struct {
	SystemID  int    `json:"SystemID,omitempty"`
	FileID    string `json:"FileID,omitempty"`
	SubModule string `json:"SubModule,omitempty"`
}

Nesse exemplo sempre que o campo SystemID for zero, ou FileID for uma string vazia "" ou então SubModule for uma string vazia o campo sera omitido na hora de gerar o JSON.

Campos como ponteiros

Mais uma forma de tratar dados usando struct é transformando o campo em um ponteiro, basta colocar um asterisco * na frente do tipo do campo. Não se preocupe, se o C deixou você traumatizado com ponteiros, Golang é muito mais gentil com isso.

Se um campo da nossa struct for um ponteiro e o valor for nil quando a função Marshal converter a struct para JSON esse campo vai aparecer como um campo Null, raramente é o que queremos, mas se adicionarmos a tag omitempty como vimos anteriormente esse campo vai desaparecer completamente.

E claro se você quiser retornar um objeto vazio é só no lugar de usar um ponteiro igualar o campo a uma instancia fazia, no caso de metadata seria metadata{}, e cada campo dentro da struct vai obedecer as suas tags como já vimos.

Structs parciais

Muitas vezes não queremos todos os dados do JSON, alguns campos de alguma parte pode ser suficiente e não tem motivo para fazer uma enorme struct como a do exemplo se queremos apenas alguns dados.

Vamos supor por exemplo que queremos apenas o campo metadata do JSON do nosso exemplo

Não precisa declarar a struct inteira, para pegar apenas esse campo podemos declarar a seguinte struct.

type apenasMetadata struct {
	Payload []struct {
		Result struct {
			Metadata metadata
		}
	}
}

Nesse exemplo declaramos apenas a parte da struct que queremos, precisa seguir o mesmo caminho dos campos superiores, mas diminuiu muito o tamanho da struct e o parser JSON quando fizer Unmarshal dos dados vai alegremente ignorar todo o resto e retornar apenas o que esta representado na struct.

Structs dentro de funções

E uma dica para o uso de structs pequenas especializadas é que você nem precisa declarar ela fora da função que vai usar, muito útil para não ter estruturas perdidas pelo seu código.

No exemplo abaixo a struct produtos só existe dentro da função structInetna

func structInetna() {
	type produtos struct {
		Nome  string
		Valor float64
    }
    ...
}

E se você for usar ela apenas uma vez nem mesmo é necessário declarar um novo tipo, você pode simplesmente já declarar e instanciar ao mesmo como no próximo exemplo.

func structInetna() {
	produtos := struct {
		Nome  string
		Valor float64
    }{}
    ...
}

Um erro comum com structs e JSON

Um erro muito comum quando estamos usando structs e usando o parser de JSON é que campos com letras minúsculas são private para o Go, apenas campos com letras maiúsculas são visíveis e isso se aplica também ao parser de JSON, então se os nomes dos campos da struct iniciarem com letra minúscula eles serão sumariamente ignorados pelo parser tanto para Unmarshal como para Marshal.

Caso você queira que o campo tenha letra minúscula quando gerar o JSON mude o nome na tag como no exemplo.

type device struct {
	Limit int `json:"limit"`
	Value int `json:"value"`

Note que o campo na struct tem letra maiúscula o que faz com que ele seja visível para o parser mas na tag json tem letra minúscula ou seja condo for convertido de e para array de bytes vai usar letras minúsculas.

Mais dicas com JSON

Algumas das dicas de hoje vimos também nesse pequeno vídeo do nosso grupo de estudos .

Cesar Gimenes